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Geriatra analisa vacina contra Herpes Zóster

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Zoster

Para conhecer um pouco mais sobre o herpes-zóster, seus sintomas, tratamentos e prevenção, o portal Senhoras & Senhores entrevistou com exclusividade a geriatra Cristiane Comelato, membro titular da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) que, por oportuna, reproduzimos:

 

Senhoras & Senhores – O que é o herpes-zóster?
Cristiane Comelato – 
Trata-se de um tipo de infecção causada pelo mesmo vírus da catapora na infância, o varicela-zóster, que fica adormecido, alojado na coluna, e, com o envelhecimento, pode voltar. Ele causa bolhinhas ou vesículas de água na pele, que aparecem em áreas que nós médicos chamamos de dermátomos, ou seja, por onde passam os nervos. Há também muita dor. Após os 50 anos, o vírus pode ser reativado pela queda natural da imunidade no organismo. A essa condição chamamos de imunossenescência. 

 

SS – Todas as pessoas que tiveram catapora na infância correm o risco de desenvolver herpes-zóster?
CC –
 Só tem herpes-zóster quem teve catapora e, no Brasil, quase 97% da população teve contato com o vírus. Por isso, o herpes-zóster é muito comum em pacientes que estão envelhecendo. Sabemos que um em cada três pacientes acima dos 60 anos vai ter um episódio de herpes-zóster ao menos uma vez na vida.

 

SS – Quais são os sintomas?
CC –
 Os sintomas são diversos. O mais importante é uma dor aguda e debilitante, que dizem ser uma das piores que o ser humano pode sentir e é de difícil controle. Temos ainda as bolhas e, depois que elas estouram, as feridas. Esses são os primeiros sintomas. Há pacientes que relatam ainda coceira, formigamento e queimação. Normalmente, a doença atinge só um lado do corpo.

 

SS – Você disse que o vírus fica alojado na coluna. Ele pode afetá-la?
CC –
 Não. Ele fica alojado em um nervo da coluna espinhal, mas não a ataca. Ele só ataca o nervo que sai da coluna. No geral, 70% das manifestações são nas costas ou no peito, 20% dos casos são na face (olhos e boca) e em 10%, nas pernas.

 

SS – Qual é o tratamento?
CC –
 É feito a partir de remédios antiviriais, analgésicos, anti-inflamatórios e  anticonvulsivantes, que reduzem as complicações.

 

SS – É possível prevenir o aparecimento do herpes-zóster?
CC –
 Sim. Existe uma vacina, que ajuda também a prevenir uma complicação chamada neuralgia pós-herpética. Depois que a doença é tratada, o paciente pode ficar com dor no nervo, que dura meses ou anos. É uma terrível complicação que a gente tenta evitar a todo custo.

 

SS – Esta vacina é nova?
CC –
 Esta vacina foi aprovada nos Estados Unidos em 2006. No Brasil, ela chegou no início de 2014 e está sendo bastante difundida. Infelizmente, ela ainda não é encontrada no SUS. Por enquanto, só está disponível em clínicas particulares, sendo o preço um fator limitante para nós brasileiros. Hoje, uma dose custa em torno de R$ 400,00.

 

SS – A vacina é segura?
CC –
 Ela é bastante segura. Nos Estados Unidos, há estudos que mostram boas respostas tanto na diminuição do herpes-zóster, quanto da neuralgia pós-herpética.

 

SS – Qual é a indicação?
CC –
  A vacina é indicada para adultos acima de 50 anos, contudo sabe-se que a resposta é ainda mais eficaz quando tomada entre 60 e 69 anos. A aplicação é no braço, por via subcutânea, em dose única. Por enquanto, ainda não há dados sobre a necessidade de reforço.

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