José Álvaro Carneiro, já dirigente do Ibama, volta a contemplar o rio Iguaçu com seu olhar preservacionista. É a terceira vez que o ambientalista curitibano, também executivo do Hospital Pequeno Príncipe, navega pelo rio que nasce onde nascemos.
Em 1994, inspirado pelo então prefeito Rafael Greca, Zé Alvaro e vários fotógrafos e cientistas desceram o rio Iguaçu, documentando suas belezas e também a degradação ambiental. Isto virou uma exposição na Casa Vermelha, no Largo da Ordem, depois apropriada pelo governador Jaime Lerner no Museu do Rio Iguaçu, junto à usina da Copel no sudoeste do estado.
O então prefeito Rafael Greca transformaria o relatório da expedição no seu inspirado Poema ao Iguaçu. A obra inspirou os artistas paranaenses Rogério Dias e Lycio Esmanhotto para executarem o Painel Rio Iguaçu, no muro entre o Palácio Iguaçu e o Museu Oscar Niemeyer.
Zé Alvaro repetiu a expedição em 2002, e agora a refaz, com financiamento da Lei Rouanet, tendo por navegadores e pesquisadores Luciana Moraes, cientista social, e os fotógrafos Hudson Garcia e Mariana Marques Carneiro. A viagem começou em junho nas nascentes do Iguaçu. A baixa vazão revelou degradação impressionante, por lixo, na região de Curitiba. Panorama horrível no encontro com o rio Atuba, as margens cobertas de lixo plástico.
José Álvaro Carneiro disse a frase definitiva: o rio Iguaçu só é sujeito nas Cataratas, no restante é objeto.